segunda-feira, 30 de abril de 2012

ANGLO GOLD ASHANTI … critica política macro económica da África do Sul.


A Anglo Gold Ashanty é a terceira maior produtora de ouro. O seu investimento na África do Sul pode atingir 1.5 biliões USD em 2013. Vai ser o dobro do conseguido o ano passado. Dados oficiais indicam que ela realiza operações de mineração nos 4 continentes. Em África as actividades de exploração estão centradas no Mali, Guiné, Gana, Tanzania, Namíbia e África do Sul.

O investimento feito não encontra retorno ao nivel local, o que levou o  seu Presidente do Conselho de Administração Mark Cutifani a tecer duras críticas ao executivo de Pretória. Ele adianta que a política macro económica, especialmente a que está a ser aplicada na indústria mineira, “pode provocar uma erosão no aspecto competitivo e bloquear futuros investimentos”. Um desabafo feito no decurso duma Cimeira onde se debateram problemas do sector.

A questão das nacionalizações é algo que continua bem presente nos investidores. Só que, por diversas vezes, quer o Presidente Jacob Zuma quer a Ministra dos Recursos Minerais Susan Shabangu põem de lado essa ideia, porque “ela não faz parte do programa do Governo”. Um documento elaborado pelo ANC reforça esta ideia e adianta que as nacionalizações no sector podem constituir “um desastre sem precedentes”.

Sobre esta matéria nada está definido, até porque a palavra final sobre a nacionalização do sector cabe ao ANC. E tudo pode vir a ser discutido em Dezembro deste ano, quando se realizar o Congresso do partido no poder.

O que se sabe por agora é que já está feito um estudo, baseado em consultas feitas por uma Comissão formada para o efeito, que visitou diferentes paises que operam na indústria mineira tendo recolhido informações que poderão ajudar a tomar uma decisão. Tal como referi num artigo anterior, se houver nacionalizações a 100% o Estado vai gastar 1 trilião de randes. Se a nacionalização optar pela aquisição de 50% o gasto vai ser de 500 biliões de randes. Estes números estão nos niveis dos valores alocados pelo Governo para o OGE de 2012/2013, com um peso importante para a área de infra-estruturas e que foi apresentado em Fevereiro pelo Ministro das Finanças, o Dr. Pravin Ghordan.

A Anglo Gold Ashanty considera as políticas macro económicas da África do Sul como sendo “absolutamente inconcistentes” e adianta que os níveis de crescimento propostos não são reais, tendo em conta a crise financeira mundial, sendo que a promessa de criação de mais 11 milhões de empregos até 2030 é “uma verdadeira utopia”.

Será oportuno lembar que o ANC poderá vir a aumentar as taxas do exercício dessa actividade em mais 50%, o que não agrada aos responsáveis da Anglo Gold Ashanty porque “isso pode trazer graves consequências a futuros investimentos”.

Mark Cutifani mostra-se preocupado mas considera que o futuro da indústria mineira na África do Sul passa por uma ampla discussão entre Governo, Sindicatos e as diferentes companhias que operam no sector.

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