A Anglo
Gold Ashanty é a terceira maior produtora de ouro. O seu investimento na África
do Sul pode atingir 1.5 biliões USD em 2013. Vai ser o dobro do conseguido o
ano passado. Dados oficiais indicam que ela realiza operações de mineração nos
4 continentes. Em África as actividades de exploração estão centradas no Mali,
Guiné, Gana, Tanzania, Namíbia e África do Sul.
O
investimento feito não encontra retorno ao nivel local, o que levou o seu Presidente do Conselho de Administração
Mark Cutifani a tecer duras críticas ao executivo de Pretória. Ele adianta que
a política macro económica, especialmente a que está a ser aplicada na
indústria mineira, “pode provocar uma erosão no aspecto competitivo e bloquear
futuros investimentos”. Um desabafo feito no decurso duma Cimeira onde se
debateram problemas do sector.
A questão
das nacionalizações é algo que continua bem presente nos investidores. Só que,
por diversas vezes, quer o Presidente Jacob Zuma quer a Ministra dos Recursos
Minerais Susan Shabangu põem de lado essa ideia, porque “ela não faz parte do
programa do Governo”. Um documento elaborado pelo ANC reforça esta ideia e adianta
que as nacionalizações no sector podem constituir “um desastre sem
precedentes”.
Sobre esta
matéria nada está definido, até porque a palavra final sobre a nacionalização
do sector cabe ao ANC. E tudo pode vir a ser discutido em Dezembro deste ano,
quando se realizar o Congresso do partido no poder.
O que se
sabe por agora é que já está feito um estudo, baseado em consultas feitas por
uma Comissão formada para o efeito, que visitou diferentes paises que operam na
indústria mineira tendo recolhido informações que poderão ajudar a tomar uma
decisão. Tal como referi num artigo anterior, se houver nacionalizações a 100%
o Estado vai gastar 1 trilião de randes. Se a nacionalização optar pela
aquisição de 50% o gasto vai ser de 500 biliões de randes. Estes números estão
nos niveis dos valores alocados pelo Governo para o OGE de 2012/2013, com um
peso importante para a área de infra-estruturas e que foi apresentado em
Fevereiro pelo Ministro das Finanças, o Dr. Pravin Ghordan.
A Anglo
Gold Ashanty considera as políticas macro económicas da África do Sul como
sendo “absolutamente inconcistentes” e adianta que os níveis de crescimento
propostos não são reais, tendo em conta a crise financeira mundial, sendo que a
promessa de criação de mais 11 milhões de empregos até 2030 é “uma verdadeira
utopia”.
Será
oportuno lembar que o ANC poderá vir a aumentar as taxas do exercício dessa
actividade em mais 50%, o que não agrada aos responsáveis da Anglo Gold Ashanty
porque “isso pode trazer graves consequências a futuros investimentos”.
Mark
Cutifani mostra-se preocupado mas considera que o futuro da indústria mineira
na África do Sul passa por uma ampla discussão entre Governo, Sindicatos e as
diferentes companhias que operam no sector.
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