Quando
foi estudante e depois escuteiro lá para os lados da Polana, e quando depois
foi desportista de eleição, tendo para o efeito dedicado uma grande parte da
sua juventude e adolescência ao seu Desportivo e ao basquetebol em particular,
o meu amigo Zé nunca pensou que alguma vez poderia ser chamado de “senhor
comendador”.
Quem
o conhece sabe que ele não faz gala disso. Nem tão pouco se importa com as
honrarias que tal designação lhe possa oferecer.
Não
é nem nunca foi daquele tipo de pessoa que se incha (como muitos que circulam
por aí) só porque lhe atribuíram uma função, um cargo ou outra coisa qualquer.
Não gosta nem nunca gostou de demonstrar os seus dotes, ou de se gabar em
público (gabarolas é o que há por aí aos montes), inventando histórias sobre
coisas que fez ou deixou de fazer.
No
meu amigo Zé simplicidade é uma palavra sagrada. Foi assim que sempre o conheci e
é assim que sempre vai ser.
Ele
sabe que, como comendador, tem o seu nível de responsabilidade. E essa
responsabilidade foi sendo construída quando, um desaire na vida lhe provoca
danos físicos, em pleno período do cumprimento do seu serviço militar.
A
deficiência visual e a ausência dum braço, nunca foram impeditivo para que o
meu amigo Zé se dedicasse, de alma e coração, aos projectos que sempre abraçou
e executou com abnegação e saber.
Na
Associação dos Deficientes das Forças Armadas, (em Portugal) onde desenvolve a
sua actividade como Presidente desta Instituição, o “laurentino” Zé é um caso
raro de mérito, de trabalho, de persistência, de competência e de amor pelo
próximo, como diria o José da Costa (Casquinha), um dos seus companheiros do
basquetebol de tempos bem recuados.
Parabéns
José Arruda por mais um mandato. Que as experiências de 1987 a 1995 e as
subsequentes, sirvam de exemplo e constituam a plataforma para mais realizações
a favor daqueles que, por força dum infortúnio, passaram a saber conviver (e
duma forma sã) com esse estatuto de DEFICIENTE.
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