Esta semana li um artigo no “Rand
Daily Mail” de Joanesburgo, onde se afirma que secretamente o Presidente sul-africano
Jacob Zuma anda a preparar o terreno para mais um mandato como Presidente do
ANC.
Para isso ele conta já com o apoio
da Liga da Juventude e também com um grupo de influentes políticos que formam a
chamada “Premier League” (Primeira Liga) e da qual fazem parte os responsáveis
das províncias de Free State, North West e Mpumalanga. Estes já estão na
campanha de compra de votos.
Até aqui nada de especial porque a
limitação de mandatos é apenas para o Presidente da República e não se aplica
ao Presidente do Partido.
Sabendo-se da instabilidade
política e a já conhecida cisão no seio do ANC, com a existência de, pelo
menos, duas alas bem distintas, Jacob Zuma delineou alguns passos que vai
procurar seguir para alcançar os seus objectivos particularmente no que à sua continuidade
na direcção do partido diz respeito.
Em 2017, sugere o jornal “Rand
Daily Mail”, Nkosazana Dlamini Zuma pode vir a ser eleita pelos delegados do
partido como candidata à Presidência da República, prevendo-se que Baleka Mbete
seja a Vice-Presidente. Se isso acontecer (já há lobbies nesse sentido) cumpre-se
assim um dos desejos da Liga das Mulheres do ANC que é o de ver uma mulher no
topo da governação sul-africana.
Como presidente do partido (se
ganhar as próximas eleições internas do ANC), Jacob Zuma vai continuar a ser o
homem forte, porque, lá como cá, “o partido é que comanda o Estado”.
Vai ser ele a orientar Nkozasana
Dlamini Zuma, tornando-se esta numa “figura decorativa” ou “corta-fitas” do
Estado e nada mais.
Mas o tiro pode sair pela culatra
porque o nível de popularidade e capacidade de Jacob Zuma vai-se degradando dia
a dia. Uma pesquisa da semana passada realizada pela empresa “Afrobarometer”,
indica que os níveis de Zuma, nos dois primeiros meses de 2016 cifravam-se em
24% contra os 36% de 2015 e os 64% conseguidos em 2011. É uma queda em flecha.
Está provado que Jacob Zuma não
consegue arrumar a sua própria casa. E ainda há quem queira que ele venha
arrumar a casa dos outros.
A ver vamos!
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