domingo, 20 de novembro de 2011

Africa do Sul: visão 2030


Na África do Sul existe um novo Plano de Desenvolvimento Económico, apresentado pelo Ministro na Presidência Trevor Manuel, fruto dum trabalho realizado por 25 Comissários que integram a Comissão Nacional do Plano. Aparentemente é um plano que vem fornecer subsidios mais consistentes ao documento sobre Desenvolvimento Económico apresentado em Fevereiro deste ano pelo Ministro da Economia Ebrahim Patel.

Com 2 documentos orientadores importa saber qual deles vai ser o instrumento essencial de trabalho pelos próximos 18 anos? Esta é a grande dúvida.

Em qualquer dos documentos fala-se no combate à pobreza ou na redução das desigualdades sociais. Há só um pormenor diferente. A meta para atingir 5 milhões de empregos até 2020 foi posta de lado. Foram precisos alguns meses para o Presidente sul africano se convencer que a meta estabelecida não vai ser cumprida, porque, no dizer de Jacob Zuma “se o ambiente económico mundial não se modificar nos próximos tempos, vai ser dificil concretizar o plano de  criar mais 5 milhões de postos de trabalho até 2020”. Jacob Zuma explicou aos membros da Assembleia Nacional que as previsões feitas em 2008 estão ultrapassadas “porque a crise financeira internacional provocou sobressaltos de toda a ordem”. As coisas, adianta o Chefe de Estado sul africano, mudaram no mundo inteiro. E hoje, diz ele, tudo se agrava com a situação periclitante na Europa e particularmente na Grécia e na Itália.

Todos estes facotres conjugados podem atrasar o processo de desenvolvimento económico da Africa do Sul. Para se alcançarem as metas previstas, e de acordo com dados revelados em Joanesburgo pelo Banco de Desenvolvimento da África Austral, o crescimento económico tem de andar na fasquia dos 9 ou 10% por ano. O Governo Sul africano, de acordo com o Ministro das Finanças Pravin Ghordan prevê, até 2013 um crescimento económico que não vai ultrapassar os 4%.

Dados recentes revelam que nos últimos 4 meses o indice do desemprego aqui na África do Sul baixou de 25,7 para 25%.

Mas se até 2020 não vai ser possível colocar no mercado de trabalho 5 milhões de pessoas, como vai ser possivel dar emprego a 11 milhões até 2030.

Os analistas ligados às áreas de economia e finanças da África do Sul consideram que o desenvolvimento não se consegue através duma simples operação aritmética. Advém da correcção de alguns facotres, que o documento idealizado pelo Ministro Trevor Manuel confirma que existem, como por exemplo, má qualidade de ensino para a maioria dos estudantes negros, infra-estruturas inadequadas, mau sistema de funcionamento do Serviço Nacional de Saúde e corrupção, que constituiu uma dôr de cabeça permanente.

O tempo dirá se de facto este documento pode vir a tornar-se uma ferramenta capaz de fornecer uma nova visão para a África do Sul, que nos meandros políticos fica conhecida como “visão 2030”.

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